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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Artigo: Roberto Lucena - A Violência Nossa de Todos os Dias


O triste episódio em Realengo, Rio de Janeiro, que resultou na matança de 12 inocentes dentro de uma escola pública, colocou na agenda do dia do País dois temas da maior gravidade: a falta de controle sobre a produção, exportação e a circulação de armas de fogo e munição no Brasil e a questão do bullying nas escolas. O bullying, esse terrível problema psicológico, social e físico, é uma realidade presente “também” nas escolas e que causa dores e danos seríssimos às nossas crianças e adolescentes. A sociedade e as autoridades têm reagido com grande sensibilidade, adotando, inclusive, diversas iniciativas em vários segmentos. Exemplo disso é o Congresso Nacional, que, nos próximos dias, estará lançando na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar de Combate ao Bullying e Outras Formas de Violência, a qual terei a honra de presidir.

No caso do desarmamento, só a mera discussão de uma consulta popular por meio de um plebiscito sobre a proibição de armas não será suficiente para combater o mal da violência social que assola o País. Reconhecemos uma queda nos números de mortes com arma de fogo após a aprovação do Estatuto do Desarmamento, mas o número de pessoas atendidas no Sistema Único de Saúde (SUS) vítimas de armas ainda é alarmante.

Não basta apenas “desarmar”. Precisamos deixar claro quem pretendemos desarmar e oferecer aos cidadãos de bem a sensação de proteção do Estado. Preocupa-me em particular a pífia repressão sobre o desvio de armas legais, já que o Brasil é um dos maiores produtores de munições do mundo, de tal maneira que a arma sai do País de forma legal, por meio da exportação facilitada pelo governo. E o equipamento retorna de maneira clandestina pela falta, principalmente, de fiscalização nas fronteiras brasileiras.

Na maioria dos casos, as armas entram desmontadas ou em pequenas quantidades escondidas em outras cargas, o que torna mais difícil encontrá--las, uma vez que não há pessoal nem tecnologia suficientes para vasculhar todos os carregamentos que chegam às nossas fronteiras. Faz-se necessário um considerável investimento em inteligência, tecnologia e pessoal para integrar as forças de segurança na fronteira brasileira, no combate, também, ao crime organizado internacional, com batalhões próprios e uso de equipamentos de última geração, prestigiando as Forças Armadas, a Polícia Federal e as Polícias Civil e Militar.

Várias ações concretas poderão ser tomadas, como, por exemplo, inibir a comercialização de armas de brinquedo, dar incentivo profissional e emprego aos armeiros militares egressos do serviço militar, que, em não poucos casos, são aliciados pela milícia do narcotráfico. Além disso, é necessário um maior rigor na fiscalização dos cursos preparatórios de vigilantes e também uma carga tributária mais alta para as montadoras e para o comércio de armas e munições.

No entanto, a implantação de medidas que visem ao combate à violência precisa, antes de tudo, ter uma avaliação crítica sobre a sua aplicabilidade e aceitação na sociedade, a fim de evitar desperdício de dinheiro público em programas e ações inócuas e também para que não se perca mais tempo nessa guerra, pois a violência não dá trégua e caminha a passos largos.

Pastor Roberto de Lucena é pastor-presidente licenciado da Igreja O Brasil Para Cristo em Arujá e deputado federal (PV-SP)

Fonte: Exibir Gospel

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