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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Santa Casa de Suzano: Exames comprovam que óbitos na UTI Neonatal não foram por infecção hospitalar


Marco Izzo, Celia Bortoletto e Luiz Carlos Zamarco

Com base em resultados de exames laboratoriais, a Prefeitura de Suzano e a Santa Casa de Misericórdia descartaram infecção hospitalar como causa da morte de nove recém-nascidos ocorrida em maio na UTI Neonatal . Foi feita hemocultura (coleta de sangue para verificar reação a vários tipos de bactérias) de todos os bebês internados na unidade e exames de ambiente em 30 pontos da estrutura física da unidade. Todos os testes deram negativo.

Em entrevista coletiva concedida na tarde desta quarta-feira (15/6), a secretária municipal de Saúde, Célia Bortoletto, também afirmou que não foi informada oficialmente sobre o relatório elaborado pela Vigilância Epidemiológica do Estado (VEE) que teria confirmado a morte de quatro bebês por infecção hospitalar e pediu impugnação do documento.

Acompanhada dos médicos da Santa Casa de Suzano, o interventor Marco Antônio Grandini Izzo e o neonatologista Luis Carlos Zamarco, Célia explicou que a hospital aguarda a análise do cronograma de obras enviado ao Estado para, a partir da emissão do laudo de desinterdição, iniciar as obras de adequação da UTI Neonatal. Serão investidos cerca de R$ 500 mil na reforma.

“Pedimos a impugnação do relatório em razão de ser preliminar e não ter caráter conclusivo, como me confirmou por telefone a Vigilância Epidemiológica Regional. Sendo preliminar e portanto passível de ser analisado em outras esferas não poderia ser disponibilizado ao Ministério Público e à imprensa, muito menos sem o conhecimento do município”, explicou a secretária, ao lembrar que a cidade tem gestão plena da Vigilância Sanitária e, apesar disso, não participou da elaboração do documento. “Não participamos da elaboração deste relatório. Ele foi feito por um médico do Estado e não nos foi comunicado”.

Ao recuperar como se deu o processo de interdição parcial da UTI Neonatal da Santa Casa de Suzano, em 3 de junho, o chefe da equipe de Neonatologia do hospital, Luiz Zamarco, que acompanhou a vistoria das vigilâncias e a reunião posterior para análise dos prontuários, disse que não houve consenso entre os médicos e técnicos sobre a causa das mortes dos nove bebês em maio, que ocorreram em datas e por motivos distintos, mas todos concordaram de que “não havia surto de infecção hospitalar”. O médico que assina o relatório da Vigilância Estadual também estava presente à reunião.

Zamarco esclareceu ainda a diferença entre infecção generalizada, que teria acometido alguns dos recém-nascidos em decorrência de problemas anteriores ao parto, e infecção hospitalar. “Foram feitas hemoculturas em dois laboratórios diferentes para identificar se havia a presença de uma mesma bactéria. Todos os exames deram resultado negativo. Também realizamos exames em 30 pontos diferentes da UTI Neonatal e nenhuma identificou foco de infecção hospitalar”, esclareceu.

A secretária municipal de Saúde falou sobre a mudança de perfil do atendimento da Santa Casa de Suzano e o aumento no número de partos que passou de 245 para 300 entre os anos de 2009 para 2011. “Acompanhou esse aumento de demanda também uma elevação do número de recém-nascidos prematuros. Entre janeiro e maio de 2010 foram seis com menos de um quilo. Este ano, no mesmo período, tivemos 20. Oito dos 18 que morreram este ano estavam nesta condição”.

Célia desmentiu que a taxa de mortalidade do município estaria acima da média nacional, conforme divulgado pelo Ministério Público de Suzano e criticou o uso pelo MP de informações desatualizadas (relativa ao período anterior à intervenção) para embasar as suas denúncias.

A gestora mostrou à imprensa a cópia do convite recebido da Promotora e sua resposta informando sobre a impossibilidade de comparecer devido à agenda em Brasília (DF) para trata de assuntos de interesse do município. “Não recebi uma convocação. Recebi um convite e antes de remarcarmos, ela entrou com ação civil pública pedindo a interdição de outras alas do hospital”. No entanto, o pedido foi negado pela Justiça.

Na avaliação da secretária e do interventor da Santa Casa de Suzano, a medida de interdição no único hospital público da cidade já causa uma superlotação nos hospitais de referência e, como consequência, o descaso com a população que depende do atendimento de alta complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS), escasso na região do Alto Tietê.

Marco Izzo falou sobre a reunião marcada para esta quinta-feira (16/6), às 9h, na Vigilância Epidemiológica Estadual, em Mogi das Cruzes, que definirá sobre a desinterdição e assim a possibilidade de iniciar as adequações, conforme cronograma e croqui entregues na segunda-feira passada. Segundo ele, a previsão é que sejam gastos R$ 500 mil para fazer uma completa readequação do espaço da UTI Neonatal, incluindo a troca de piso. A obra deve durar 30 dias.

O interventor também está esperançoso que haja um aporte de recursos por parte do Estado para executar a reforma. Na última terça-feira, durante a vistoria, os deputados estaduais que compõem a Frente Parlamentar do Alto Tietê se comprometeram a apresentar emendas para investimentos de até R$ 1,2 milhão na UTI Neonatal.

Fonte: Secretaria de Comunicação e Suzano

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